Olá, recebi esse Email que achei
muito interessante embora essa escritora não esteja diretamente ligada a
música, traz um conceito, ou melhor, uma nova crença a respeito do talento que
pode revolucionar a vida de muitos profissionais inclusive nós Músicos.
Talento é outro assunto "mítico"
que leva muita gente a deixar de buscar informação, pois acredita que se não
nasceu com talento, jamais poderá ser bom em determinada área.
Quando pensamos em talento, vemos em nossa
mente pessoas como Mozart, que compunha sinfonias aos cinco anos e tocava piano
e violino desde a tenra idade. O que não nos damos conta é que existe uma
grande diferença entre genialidade e simples talento.
Pouquíssimos são gênios e quando aparece um,
não demora muito para a notícia chegar aos nossos ouvidos. Talentos, no
entanto, existem aos montes e podem ser desenvolvidos com treino e informação.
Sim, existem talentos natos, porém mais
comuns são os talentos desenvolvidos. Um famoso professor de balé sempre dizia que
leva dez anos para que um dançarino seja um "talento nato". Na
maioria das áreas, ninguém demonstra talento algum sem treino. Quando se olha
de fora, a percepção é de que aquela pessoa "já nasceu sabendo", mas
a realidade é que ela treinou e estudou sua atividade exaustivamente.
Ouço com frequência muitas pessoas reclamarem
com tom de frustração que não têm talento algum, que não conseguem descobrir no
que são boas. O que essas pessoas estão esperando é genialidade, estão esperando
descobrir algo que seja nato em si mesmas e quando se percebem como "apenas
normais", ficam frustradas achando que não têm talento algum.
A verdade é que como a maioria das pessoas
não possui genialidade alguma, elas precisam descobrir uma área pela qual
tenham interesse, adquirir informações e começar a treinar. É possível
desenvolver-se em uma área qualquer mesmo que jamais se tenha demonstrado
qualquer aptidão. Meu exemplo histórico preferido é o orador e filósofo grego
Demóstenes. Demóstenes era gago, ou seja, aos olhos do mundo, não tinha o menor
talento ou sequer aptidão para se tornar um orador eloquente, ainda mais em uma
época em que falar em público nas praças era atividade de celebridade. Se o sujeito
não era bom mesmo, a plateia tomava conta de humilhá-lo e excluí-lo do círculo
de oradores. A ideia, então, de que um indivíduo tímido e gago pudesse se tornar
orador em praça pública era ridícula e absurda para a maioria. Felizmente, não era
para o próprio Demóstenes, que estudou e treinou dicção, voz e linguagem corporal
durante anos e tornou-se um dos maiores oradores gregos já conhecidos. É importante
observar que treino parte da informação.
Se Demóstenes não conhecesse a parte
teórica do estudo da voz, da dicção e da linguagem corporal, pouco ele poderia
fazer em termos de treino. É como o pianista que toca apenas de ouvido. Ele faz
bonito em festinhas e na frente de amigos, mas ele não é um pianista de
verdade, ele jamais seria capaz de ler e interpretar um concerto, tocar com uma
orquestra ou mesmo compor suas próprias músicas. A maioria dos "pianistas
de ouvido" realmente não tem ambição alguma de se tornar pianistas de
verdade, porém se quiserem, não poderão escapar do estudo da teoria da música. Meu
argumento aqui é de que talento em si ou aptidão não significam real conhecimento
e desenvoltura em qualquer área. Além disso, o fato de que você não tem ou não
consegue identificar talentos ou aptidões não significa que você não possa se
desenvolver na área em que desejar. O ponto chave do desenvolvimento do talento
é: informação + treino. É essa combinação que resulta em expertise e
desenvoltura.
Informação, por sua vez, está disponível a
todos e treino depende só de você.
Fran
Christy - Excellence Studio Brasil
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