Em 1979, o educador musical e compositor
canadense Murray Schafer, fechou o conceito de “Soundscape” (Paisagem Sonora)
que de uma forma bem sucinta, nada mais é do que a reunião de todos os sons que
são produzidos em um determinado ambiente que tomamos como sistema de análise.
O que seria isso? Por exemplo: uma das atividades que Schafer propunha aos seus
alunos era caminharem em um bosque com seus olhos vendados para tentarem ouvir
todos os sons daquele ambiente. Estes ficavam surpresos, suponho eu, após
ouvirem sons que até então, tinham passados despercebidos aos seus ouvidos.
Pois bem, de posse desse conceito,
venho aqui falar sobre a “paisagem sonora do capeta” que foi uma brincadeira que veio a
minha mente após ser exposto a muito barulho advindo dos meus queridos vizinhos
que deram uma generosa contribuição para a poluição sonora nesse Carnaval.
Sabe, eu não me considero aquele tipo de pessoa radical. Daquelas que dizem:
este determinado estilo musical e bom e esse outro não presta. De jeito nenhum.
Acredito que existe música de entretenimento que e só pra divertir mesmo.
Balançar o esqueleto e que não exige nem um esforço intelectual da parte de
quem compõe, executa, ouve,etc. Para falar a verdade acho até benéfico isso.
Serve para eliminar a tensão diária.
Mas como reza a sabedoria popular,
“tudo de mais é veneno.” Ainda mais quando de um lado você ouve forró, de outro
anos 80, de outro reggae e por ai vai. Tudo ao mesmo tempo e com muitos
decibéis. Bem que o Schafer constatou que a Paisagem sonora do mundo tem se
tornado cada vez mais barulhenta devido as aparelhos amplificadores entre outros.
O que será que ele diria dos paredões de som que temos aqui no ceará? É de
enlouquecer qualquer um essa situação.
Mas enfim, o que eu posso fazer é
desabafar aqui com meus companheiros de internet que provavelmente vivem, já
viveram ou viverão uma situação assim algum dia. E mais do que isso, tornar
essa situação em algo positivo e educativo que me possibilitou compartilhar o
conceito de paisagem sonora com vocês. Vamos agüentar então!
Fonte
http://www.anppom.com.br/opus/opus7/helonota.htm
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